domingo, 15 de maio de 2011

Lixo eletrônico cresce 40 milhões de toneladas ao ano

por Lucy Mello
foto: Lucy Mello




A quantidade de lixo eletrônico cresce anualmente mais de 40 milhões de toneladas por ano no mundo todo, apontam dados da ONU (Organização das Nações Unidas). No Brasil, segundo André Vilhena, diretor Executivo da CEMPRE (Compromisso Empresarial para a Reciclagem), não existe ainda um estudo ou números confiáveis que demonstrem a quantidade de e-lixo gerado.

E- lixo é todo tipo de resíduo que deriva de equipamentos eletro eletrônico como: aparelhos de TV, DVD, Celulares, computadores, geladeiras fogões, máquinas fotográficas, rádios, pilhas, baterias, iPods e periféricos que vão de impressoras a leitores de cartões, disquetes, mouses e geram uma lista sem fim de sucatas.

Um equipamento eletrônico antes demorava dez, quinze ou até vinte anos para ser descartado. Prova disso é quando conversamos com nossas mães ou avós e escutamos delas a seguinte frase “Essa batedeira foi presente de casamento”, ou “Esse é do tempo que eu casei” e muitos desses aparelhos já fizeram aniversário de vinte anos. Com a velocidade da informação e a globalização, estes mesmos equipamentos, hoje, duram dois anos no máximo e quando apresentam um defeito já é descartado. A saída é trocar o produto, pois a substituição acaba ficando mais barata do que o conserto. Os celulares então nem se fala, a cada três ou seis meses já está na hora de trocar.

Boa parte desses entulhos encontra-se nos terrenos baldios, próximos a rios, espalhando seus resíduos de metais pesados e substâncias tóxicas como chumbo, mercúrio, arsênico e outros tantos da tabela periódica. Para Luiz Henrique Bueno, Químico Industrial com vasta experiência em estação de tratamento de águas, um dos maiores problemas que esses resíduos podem oferecer é a contaminação de lençóis freáticos. Ele diz que essas substâncias em contato com o ser humano podem causar sérios danos a saúde, pois provocam um efeito acumulativo no organismo.

Esse ano o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio ambiente), que é a principal autoridade de monitoramento do meio ambiente no mundo e é a Agência da ONU, fez uma pesquisa em que demonstrou dados alarmantes, da geração de resíduos em países como China, Índia, Colômbia e Quênia (vide box) e apontou o Brasil como o país emergente que mais gera lixo de PCs (computadores).

Ao redor do mundo as ações ainda são tímidas para acabar com o problema, mas a discussão é constante. A pressão por parte da ONU na regulamentação de leis e normas em países em desenvolvimento e o trabalho exaustivo de conscientização da população, feito por ONGs, já começa a aparecer. André Kovacs, da Coordenadoria de Planejamento da Secretaria do Meio Ambiente, explica que o “Estado de São Paulo já conta com uma legislação específica para o lixo eletrônico”. A Resolução 24/2010 estabelece que o e-lixo, seja nacional ou importado, é de responsabilidade dos fabricantes. É da competência deles também a criação de postos de entrega dos resíduos, orientação dos consumidores e cumprimento de metas de recolhimento, que serão fixadas até dia 31 de dezembro deste ano, em todo o Estado.

Nem tudo está perdido, a população deve e pode ajudar. Quando um aparelho precisar ser descartado, consulte o comerciante ou fabricante sobre os pontos de entrega. Nunca jogue o produto em lixo comum, pois ele fará mal para à sua própria saúde.

A Secretaria do Meio Ambiente em parceria com o Instituto Sérgio Motta criaram o projeto “e-lixo maps” que atende 372 municípios do estado. Acessando o site www.ambiente.sp.gov.br você pesquisa os locais mais próximos que coletam o lixo para a reciclagem.

0 comentários:

Postar um comentário

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | cna certification