quarta-feira, 18 de maio de 2011

Programa Acessa São Paulo oferece internet gratuita

por Lucy Mello
foto: Juliana Lopes



O Programa Acessa SP de inclusão digital foi criado no ano 2000. Começou oferecendo equipamentos e acesso a internet para pessoas de baixa renda. Atualmente são 35 unidades na capital, sendo atendidos hoje 542, dos 645 municípios do estado.

Eduardo Fialho, gestor do Acessa SP, diz que o programa não pode ser confundido com uma lan house gratuita, pois a inclusão digital vai muito além de oferecer internet. Prova disso, são as oficinas, cujo conceito é tornar a pessoa autodidata.

Ela recebe as ferramentas, as idéias básicas, aprende a pesquisar e administra o seu próprio conhecimento. Na primeira semana do mês as inscrições são feitas por ordem de chegada para 8 oficinas que se repetem, entre elas oficina de mangá, inglês, libras e informática básica. Tudo é gratuito e funciona nos três horários, de manhã, a tarde e a noite.

O principal posto do programa funciona na Zona Norte de São Paulo, atual parque da Juventude, onde antes ficava a casa de detenção Carandiru. O objetivo é acompanhar as comunidades para entender suas necessidades e formatar projetos,respeitando cada local, bairro ou município. E assim fazer da inclusão digital um agente de transformação melhorando os quadros sociais a partir do manuseio dos computadores.

Como será o futuro de quem não está incluso?

O computador hoje faz parte da vida das pessoas. Para acessar qualquer serviço público, fazer um boletim de ocorrência , sacar dinheiro, procurar trabalho é preciso ficar algum tempo diante da máquina e saber usá-la. A professora, pesquisadora da USP e coordenadora do projeto Cibernética Pedagógica Lucilene Cury, que estuda as linguagens digitais e o comportamento do usuário, diz que não dá mais para viver fora desse contexto da tecnologia porque “A mudança da velocidade do meio é muito grande.” Um projeto como o Acessa serve para incluir, e também oferece gratuitamente oportunidade de uso para todas as pessoas de todas as classes sociais. Afinal como ela mesma pontua “É muito caro o acesso a internet no Brasil”.

Ligia Capobianco Mestre em Ciências da Comunicação, professora da USP e também participante do grupo Cibernética Pedagógica, diz que ninguém escapará deste processo que já está ocorrendo e deverá abranger mais pessoas rapidamente. Mas não adianta também dar a internet na mão da pessoa e falar “agora você vem aqui e acessa o computador”. O desafio maior é incluir a escola nos programas de inclusão digital. Para ela a intensificação do uso da Internet promoverá mudanças significativas que serão observadas em vários setores da sociedade, economia, cultura e educação.

Lucilene Cury, lembra que “A internet não pode ser endeusada nem satirizada”, conforme vai sendo utilizada, o mundo virtual vai ficando mais próximo e o cérebro vai se alterando para acompanhar essa nova tecnologia. Segundo ela o processo é natural, assim como aconteceu com outros meios de comunicação como o rádio e a televisão.

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